Como plantas piloto de alta engenharia viabilizam a conversão do biogás em biosyncrude para rotas de SAF?

A produção de biosyncrude a partir do biogás evidencia como infraestruturas piloto de alta engenharia são fundamentais para viabilizar combustíveis sustentáveis de aviação e rotas Power-to-X no Brasil. Conectando pesquisa aplicada, validação tecnológica e perspectivas reais de escala industrial.

A apresentação da primeira amostra nacional de biosyncrude durante a COP30, realizada por Itaipu, CIBiogás e Itaipu Parquetec, confirmou na prática a maturidade dessa rota tecnológica.

Dessa maneira, o resultado reforça o papel do biogás como fonte renovável de carbono para a síntese de hidrocarbonetos avançados e sua relevância estratégica no cenário brasileiro de transição energética.

Esse avanço é fruto da integração entre cooperação internacional, desenvolvimento científico e soluções de engenharia voltadas à experimentação em escala intermediária.

Ao longo deste artigo, apresentamos o contexto do projeto, sua importância para o SAF e a contribuição da Tennessine como parceira na integração de soluções de engenharia para aplicações em combustíveis avançados. Veja a seguir no blog da Tennessine!


O desafio técnico de transformar biogás em hidrocarbonetos renováveis

Entenda por que o biosyncrude é estratégico para o SAF e a descarbonização da aviação

Em primeiro lugar, reconhece-se a aviação civil como um dos setores mais complexos no que se refere à redução de emissões de gases de efeito estufa. Por essa razão, o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) ocupa posição central nas estratégias globais de mitigação climática.

Nesse cenário, o biosyncrude atua como um intermediário técnico relevante, pois permite o refino posterior em frações compatíveis com o querosene de aviação.

Além disso, o Brasil apresenta elevada disponibilidade de biogás oriundo de resíduos agroindustriais, saneamento e biodigestão. Criando uma base favorável para essa rota.

Foto Biosyncrude William Brisida/Itaipu Binacional
Foto Biosyncrude William Brisida/Itaipu Binacional

No entanto, converter esse potencial em combustível avançado exige domínio de processos catalíticos, integração com hidrogênio renovável e controle rigoroso das condições operacionais. Esses desafios só podem ser enfrentados com infraestrutura adequada de desenvolvimento tecnológico.


Como funciona a produção de biosyncrude em uma unidade piloto integrada?

Descubra como biogás, hidrogênio verde e catálise combinam-se na prática

A rota tecnológica adotada no projeto combina o biogás como principal fonte de carbono com hidrogênio verde, resultando na síntese de uma mistura de hidrocarbonetos conhecida como biosyncrude.

Posteriormente, encaminha-se esse produto para caracterização e estudos de refino voltados à obtenção de frações compatíveis com o SAF.

Ademais, utiliza-se o biogás proveniente da unidade de biodigestão da Itaipu Binacional, enquanto o hidrogênio verde tem fornecimento pelo Parque Tecnológico Itaipu. Os processos catalíticos envolvidos foram desenvolvidos com apoio da Universidade Federal do Paraná, responsável também pela caracterização físico-química do produto.

A integração entre insumos, catálise e controle operacional evidencia a importância de sistemas experimentais capazes de reproduzir, em escala controlada, condições próximas às de um processo industrial.


Por que unidades piloto são essenciais para validar rotas Power-to-X e SAF?

Veja como a engenharia de processos reduz incertezas e acelera decisões de escala

Infraestruturas experimentais em escala piloto desempenham papel central na validação de novas rotas químicas. Nesse sentido, elas permitem testar catalisadores, avaliar balanços de massa e energia, estudar regimes operacionais e identificar limitações técnicas antes da ampliação do processo.

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Além disso, esse tipo de abordagem reduz riscos técnicos e econômicos, fornecendo dados confiáveis para decisões estratégicas. Em projetos voltados à produção de combustíveis avançados, flexibilidade operacional, segurança e reprodutibilidade são requisitos fundamentais.

Do mesmo modo, soluções customizadas para testes em escala intermediária tornam-se ferramentas indispensáveis para conectar pesquisa aplicada e futura implantação industrial.


Planta piloto com tecnologia AmAr: engenharia aplicada à síntese de combustíveis renováveis

Conheça as características técnicas da infraestrutura utilizada na produção do biosyncrude

A unidade instalada no CIBiogás foi fornecida pela Tennessine Instrumentação Analítica, com tecnologia de fabricação da AmAr Equipment. Nossa parceira que possui reconhecimento internacional pelo desenvolvimento de reatores e sistemas experimentais de alta complexidade.

O sistema é capaz de operar sob condições controladas de pressão e temperatura, com integração de automação, instrumentação e sistemas de segurança. Logo, essa configuração permite conduzir reações catalíticas contínuas ou em batelada, atendendo às exigências de rotas Power-to-X e síntese de hidrocarbonetos renováveis.

A possibilidade de adaptação do sistema a diferentes processos, materiais e níveis de automação é um diferencial relevante para projetos de inovação energética, nos quais cada aplicação apresenta desafios específicos.


Aplicações industriais do biosyncrude e perspectivas para o SAF no Brasil

Em suma, a produção de biosyncrude a partir do biogás abre caminho para diferentes aplicações estratégicas, como:

  • Desenvolvimento de combustíveis sustentáveis de aviação, com potencial de redução significativa de emissões.
  • Valorização do biogás dentro de modelos de economia circular e bioenergia avançada.
  • Integração com hidrogênio verde em rotas Power-to-X.
  • Geração de dados técnicos para suporte a projetos industriais em escala maior.

Essas possibilidades destacaram-se durante a COP30, quando o CIBiogás e o Itaipu Parquetec apresentaram a primeira amostra brasileira de biosyncrude, reforçando a maturidade técnica da rota.


Da pesquisa à demonstração internacional: o papel da infraestrutura experimental na COP30

Entenda como sistemas piloto fortalecem a inovação energética brasileira

Antes de mais nada, a apresentação do biosyncrude na COP30 simboliza a consolidação técnica do projeto e evidencia o papel da infraestrutura experimental instalada no Brasil.

Mais do que um resultado científico, trata-se de uma demonstração prática de como soluções de engenharia podem viabilizar inovação, cooperação internacional e desenvolvimento tecnológico.

Iniciativas dessa natureza contribuem para posicionar o país como ator relevante no cenário global de combustíveis avançados, especialmente quando associadas a soluções industriais robustas e bem integradas.


Tennessine como parceira em soluções piloto para combustíveis avançados

Saiba como tecnologias personalizadas apoiam novas rotas de descarbonização

A Tennessine atua como parceira estratégica de centros de pesquisa, universidades e indústrias, oferecendo soluções em reatores e sistemas piloto com tecnologia AmAr Equipment para aplicações em combustíveis renováveis e processos químicos avançados.

Com experiência em integração, comissionamento e suporte técnico, a empresa contribui para transformar rotas inovadoras em projetos tecnicamente viáveis, conectando ciência aplicada, engenharia e sustentabilidade.

Conheça o portfólio de soluções da Tennessine em:
www.tennessine.com.br/reatores-planta-piloto


Perguntas Frequentes

O que é biosyncrude e qual sua relevância para o SAF?

O biosyncrude é uma mistura de hidrocarbonetos produzida a partir de fontes renováveis, como o biogás. Ele pode ser refinado em frações compatíveis com combustíveis sustentáveis de aviação, contribuindo para a redução de emissões no setor aéreo.

Por que infraestruturas piloto são importantes para a transição energética?

Esses sistemas permitem validar rotas tecnológicas, testar catalisadores e gerar dados confiáveis em escala intermediária, reduzindo riscos antes da implantação industrial de novas soluções energéticas.

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